Em pequena sempre pensei que poderia fazer alguma coisa em grande que me torna-se numa pessoa especial, em alguém que os outros gostassem e que podesse fazer bem aos próximos.

A verdade é que às vezes, mesmo sabendo que não posso mudar o mundo, sinto-me especial para algumas pessoas. Mas o problema é quando esse sentimento desaparece e eu sinto-me como apenas mais uma gota neste enorme mundo. A verdade é que há tantas pessoas no mundo, porque haveria eu de ser mais especial do que os outros?

Depois há o sentimento de deixar de ser especial para as outras pessoas, quando elas decidem que já não nos vêem de forma especial. Quando esses momentos chegam eu não sei o que fazer, o único em que penso é no que fiz ou não fiz para que isso acontecesse. E penso em não deixar que volte a acontecer. Mas isso acontece cada dia que magou-o alguém que me é querido , depois só me apetece ter um buraco para me enfiar e fico realmente triste comigo própria por deixar isso acontecer.

Também penso no contrario, penso nas pessoas que me são especiais, umas que o sabem, outras que não o sabem, mas para mim são especiais. E nos momentos em que deixam de ser para mim especiais e o porque de isso acontecer.

O recente conhecimento da morte de uma dessas pessoas, faz-me pensar que na verdade apenas estou a deixar o tempo passar em busca do que realmente penso querer, de tal forma que muitas vezes me engano a mim própria, pensando que vivo o presente. A verdade é que sempre fui pessoa de objectivos e de olhar para o futuro mais do que talvez olhe para presente. E pessoa de muitos medos, embora os tente enfrentar.

Quem me conhece sabe que a vida até não tem sido muito má para mim, mas que posso eu fazer perante o sentimento que querer sempre mais e melhor? Mas cresci com o meu pai a dizer "Tens de olhar sempre para a frente, para quem está melhor e não para trás, pois é para a frente que tens de andar."

Olha, só sei que a minha vida não está nada como eu pensava que ia estar, mas também não sei se está melhor ou pior.